google.com, pub-1782048572017434, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Tec de Som Informações do Som Paraense: fevereiro 2018

05 fevereiro, 2018

O Som Paraense de Luto


O primeiro instrumento de Joaquim de Lima Vieira (29 de outubro de 1934 – 2 de fevereiro de 2018) foi um cavaquinho. Depois, o músico paraense passou para o banjo. Mais tarde, foi para o bandolim, influenciado e fascinado por um mestre deste instrumento e do choro, o já centenário Jacob do Bandolim (1918 – 1969). Foi transpondo a técnica de tocar choro para a guitarra elétrica que Vieira se tornou, ele próprio, um mestre, ao virar o principal mentor da guitarrada, nome que designa a música criada a partir do toque de ritmos caribenhos e amazônicos com a guitarra elétrica.
É por essa proeza que Mestre Vieira – como era conhecido o músico nascido em 1934 na cidade de Barcarena, povoado do interior do Pará – será sempre lembrado no universo da música paraense e pop brasileiro. Vítima de complicações decorrentes de câncer de próstata diagnosticado em 2016, Vieira saiu de cena aos 83 anos na manhã da última sexta-feira, 2 de fevereiro, como ícone da música paraense.
Embora tenha criado um toque referencial de guitarra, Vieira foi sempre mais conhecido no eixo Norte-Nordeste do Brasil, dentro das fronteiras nacionais. Mesmo o álbum mais famoso do artista, Lambada das quebradas, gravado em 1976 e lançado em 1978 pela gravadora Continental com o autoral sucesso regional  Lambada da baleia, reverberou basicamente entre as regiões Norte e Nordeste de um país que somente no início destes anos 2010 voltou novamente os ouvidos para o som paraense..
Contudo, cabe a ressalva de que, mais aberta para o som paraense de Vieira e seu conjunto do que o eixo Rio – São Paulo, a Europa saudou com entusiasmo o virtuosismo deste guitarrista que influenciou colegas conterrâneos como Chimbinha.

Para quem escutou com prazer e atenção o som feito por Vieira com o grupo Os Dinâmicos, o músico logo se tornou um mestre por ter posto o instrumento básico do rock, a guitarra elétrica, a serviço do suingue de merengues, lambadas e cumbias, entre outros ritmos caribenhos.
O toque da guitarra de Mestre Vieira era popular – algo perceptível nos 18 álbuns que gravou ao longo de carreira que se manteve regular, sem sobressaltos, inclusive quando a lambada conquistou o Brasil na segunda metade da década de 1980. Vieira, que integrou o grupo Mestres da Guitarrada nos anos 2000, foi sendo mais cultuado fora do Norte à medida que o tempo foi fazendo justiça ao músico, celebrado como popstar regional ao sair de cena no dia 02 de Fevereiro de 2018.

Fonte: Blog do Mauro Ferreira (G1.com). https://glo.bo/2FOy5fT

Sobre o Autor:


Tec de som profissional a mais de vinte anos, atualmente trabalha como Tec. De Jorginho e Banda Segunda Via, Tec de informática formado na Faculdade Ipiranga presta serviço como Tec de som na FCPTN.